
Modelo de usinas de investimento em Condomínio solar avança e atrai investidores com projeção de rentabilidade. Modalidade ainda em desenvolvimento no mercado. Também conhecido como usina de investimento, o modelo oferece rentabilidade de até 205% do CDI.
Você já imaginou transformar a luz do sol, uma fonte de energia limpa e inesgotável, em uma fonte de renda passiva e recorrente? E se eu te dissesse que para isso você não precisa instalar um único painel solar no seu telhado? Parece bom demais para ser verdade, mas essa é a realidade promissora do condomínio solar, um modelo de investimento que está democratizando o acesso à energia solar e criando uma nova classe de investidores no Brasil.
Para cada usina, o retorno estimado pode ultrapassar os R$ 6,3 mil mensais no atual cenário, como explica Lucas Melo, CEO da Sunplena Energia, empresa com sede em Fortaleza que soma mais de 50 usinas e mira encerrar 2025 com 90 construídas.
Para muitos, a ideia de investir em energia solar evoca a imagem de telhados cobertos por painéis fotovoltaicos. Embora essa seja uma forma válida de geração, ela não é a única e, para muitos brasileiros, não é a mais viável. Seja por morar em apartamento, não ter espaço suficiente, ou simplesmente não querer arcar com os custos e a logística da instalação, as barreiras são muitas.
É exatamente aqui que o condomínio solar entra como uma solução brilhante e inovadora. Trata-se de um modelo de geração de energia compartilhada onde diversas pessoas ou empresas se unem, geralmente por meio de um consórcio ou cooperativa, para investir em uma única usina solar de maior porte, localizada em um terreno estrategicamente escolhido para a máxima irradiação solar.
A mágica acontece da seguinte forma: a usina gera energia elétrica, que é injetada na rede da distribuidora local. Essa energia gerada se transforma em créditos energéticos, conforme regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), especialmente sob o Marco Legal da Geração Distribuída (Lei nº 14.300/2022).
Esses créditos são então divididos entre os investidores (ou cotistas) do condomínio solar, na proporção da cota que cada um adquiriu. O resultado? Uma redução significativa, ou até mesmo a eliminação, do valor da conta de luz de cada participante. Você não consome a energia diretamente da usina, mas sim os créditos gerados por ela, abatendo do seu consumo mensal. É um mecanismo elegante que une investidores com um objetivo comum: economizar e lucrar com uma fonte de energia limpa.
Este modelo de negócio não só remove as barreiras físicas para a geração de energia solar, como também cria uma oportunidade de investimento acessível e com retorno atrativo.
Ao invés de um grande desembolso individual para um sistema pequeno, você une seu capital ao de outros para construir uma usina mais eficiente e com maior economia de escala. A gestão da usina, incluindo operação e manutenção, fica a cargo de uma empresa especializada, liberando o investidor para apenas colher os frutos do seu investimento.
A simplicidade e a engenhosidade desse sistema são a porta de entrada para quem busca diversificar seus investimentos com um ativo real, de baixo risco e com um impacto ambiental positivo. A seguir, vamos explorar os caminhos legais e os modelos de negócio que tornam o investimento em um condomínio solar uma realidade tangível e segura.
Entender o terreno onde se pisa é fundamental para qualquer investimento de sucesso. No universo do condomínio solar, a segurança jurídica veio com a Lei nº 14.300, de janeiro de 2022, o chamado Marco Legal da Micro e Minigeração Distribuída.
Essa legislação consolidou as regras para a geração de energia pelos próprios consumidores, trazendo previsibilidade e estabilidade para o mercado. Ela define claramente as modalidades de geração distribuída, sendo a “geração compartilhada” a que ampara legalmente os condomínios solares. Segundo a lei, consumidores podem se reunir em consórcio, cooperativa, condomínio civil ou qualquer outra forma de associação para instalar uma central geradora e compartilhar os créditos de energia.
Existem, basicamente, duas formas principais de você participar de um condomínio solar. A primeira é como cotista-investidor. Neste modelo, você adquire uma ou mais cotas de uma usina solar que será construída ou que já está em operação. O seu investimento inicial corresponde a uma fração do custo total da usina, e o seu retorno vem na forma de créditos de energia mensais, proporcionais à sua participação.
Muitas empresas especializadas desenvolvem esses projetos, vendem as cotas e administram toda a operação. Você, como investidor, recebe os benefícios sem se preocupar com a parte técnica ou burocrática. É um modelo que se assemelha bastante a um fundo de investimento imobiliário, mas com lastro em geração de energia.
A segunda forma, que tem ganhado muita popularidade, é a energia solar por assinatura. Nesse caso, você não precisa fazer um investimento inicial para comprar uma cota da usina. Em vez disso, você “aluga” uma parte da capacidade de geração de uma fazenda solar já existente. Você paga uma mensalidade à empresa que gerencia o condomínio solar, e essa empresa garante que você receberá créditos de energia suficientes para abater uma porcentagem significativa da sua conta de luz.
A economia gerada na fatura é superior ao valor da mensalidade, resultando em uma economia líquida imediata, sem a necessidade de desembolsar um grande capital. É a forma mais simples e rápida de se beneficiar da energia solar compartilhada, ideal para quem busca economia imediata sem um compromisso de longo prazo. A escolha entre ser um cotista-investidor ou um assinante dependerá do seu perfil, capital disponível e objetivos financeiros.
Perguntas Frequentes (FAQ)
- Preciso morar perto da usina para investir em um condomínio solar?
Não. A regulamentação da ANEEL permite que você invista em um condomínio solar e receba os créditos de energia em qualquer imóvel que esteja sob a mesma área de concessão da distribuidora de energia da usina. Por exemplo, se a usina está no interior de São Paulo e é atendida pela CPFL Paulista, você pode receber os créditos em qualquer cidade atendida pela mesma distribuidora.
- O que acontece se a usina gerar mais créditos do que eu consumo?
O excedente de crédito de energia não é perdido. Ele fica registrado em seu nome junto à distribuidora e pode ser utilizado para abater o consumo dos meses seguintes, com validade de até 60 meses. Isso é especialmente útil em meses de menor consumo.
- Quais são os principais riscos de investir em um condomínio solar?
Como todo investimento, existem riscos. Os principais incluem: risco regulatório (mudanças na legislação que possam afetar a rentabilidade), risco operacional (falhas nos equipamentos ou problemas na gestão da usina) e risco de performance (geração de energia abaixo do projetado devido a condições climáticas atípicas). A escolha de uma empresa séria e um bom contrato minimizam significativamente esses riscos.
- Pessoa jurídica também pode investir em condomínio solar?
Com certeza. Empresas de todos os portes podem se beneficiar enormemente do modelo de condomínio solar para reduzir seus custos operacionais com energia elétrica. O modelo de consórcio, inclusive, é uma das formas mais comuns para a reunião de pessoas jurídicas neste tipo de investimento.